Importância do Registro em Cartório
Quantas vezes nós, no nosso cotidiano, nos deparamos com pessoas que tiveram problemas com herança – e esses problemas costumam ser bem grandes e custosos pra receber- e não sabíamos nem mesmo o que fazer? São comuns os casos em que a pessoa diz “meu avô era dono de x, mas perdeu” nos grandes centros urbanos e hoje, nós vamos explicar por que e como se precaver.
Primeiramente, vamos fazer uma volta no tempo para a época
de 1950: uma época em que todos os negócios eram feitos por meio de boca, pois
tudo se resolvia através da conversa. Vamos analisar então a trajetória de Seu
João, um comerciante de mercearia daquela época.
O Seu João vendia seus produtos na base da conversa, ele não
era letrado e não sabia ler nem escrever, mas era um exímio comerciante. Ele
fez bastante dinheiro e decidiu que ia comprar alguns terrenos pra fazer casas
pros filhos – lembrando que naquela época, terreno era um bem barato e de fácil
aquisição, ao contrário dos preços inflacionados de hoje.
Como o Seu João tinha 5 filhos, ele comprou 6 terrenos, um
pra cada mais um pra ele – mas ele fez contrato de boca, sem formalizar nada
perante cartório. Ele adoeceu antes de construir a própria casa e quando ele
morreu, os filhos disputaram a herança.
Acabou no fim que os anos se passaram em que os terrenos
fossem passados a quem efetivamente pertenciam e hoje, em 2020, os netos ainda
estão batalhando por aquele terreno – já que os filhos também não tomaram as
providências nos cartórios. O terreno disputado? Ih... outra família já se
estabeleceu ali e enquanto eles brigam, a família já fez o usucapião e pegou a
terra. Enquanto isso, a família do Seu João briga sem parar sem ter nada no
nome e com uma conta muito grande no cartório pra quando finalmente regularizar
seus imóveis.
O que poderia ter sido feito? Seu João deveria ter procurado
um cartório para registrar essas vendas e as escrituras – embora ele não
soubesse, nós hoje temos condição de saber e de não errar, especialmente porque
esses documentos são caríssimos. Após isso, quando ele morreu, deveria ter sido
aberto um inventário dos bens – nessa hora, o não possuir escritura era
possível sanar, ao juntar testemunhas de que ele comprou aqueles bens e a
família dele utilizava. Feito isso, a divisão estaria feita, cada filho teria
seu imóvel e ninguém mais havia de brigar desnecessariamente e dividir família
por conta de bens materiais.
Por essa razão, lembrem-se que é importante registrar as
aquisições de grande valor em cartório e de, no momento da morte do ente
querido, abrir o inventário para que não haja problemas com a sucessão e não
haja briga por herança (se houver é sempre pior, pois ao invés de um advogado,
podem acabar entrando vários e o custo é alto).
O Seu João fez as coisas como ele sabia fazer, a nós cabe
fazer como sabemos fazer. Juntos, podemos evitar conflitos e ficar com tudo
regular pra não sofrer com aquelas perdas que todo mundo sempre fala.
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